terça-feira, 12 de junho de 2012




Uma experiência extraordinária.

Bons momentos para todos!

Queridos amigos, encorajei-me para relatar nesta postagem um acontecimento vivido por mim por achar ser uma experiência bastante interessante e única. Não digo que seja única no contexto de inédita, pois não é, já que ouvimos muitos relatos sobre o assunto. Mas, para mim, é de forma individual e inédita, única e surpreendente.
Quando iniciamos os estudos espiritas e ou espiritualistas tomamos conhecimento sobre experiências fora do corpo que é conhecida como desdobramento em suas diversas apresentações. Não pretendo esmiuçar sobre o assunto, pois minha intenção aqui é relatar a minha experiência e também porque não posso afirmar que a minha experiência tenha sido um desdobramento propriamente dito.
Ultimamente tenho me dedicado a estudos mais aprimorados sobre a cura, a energia da matéria, as causas das doenças e os processos mais humanizados e naturais. Nunca tive essa pretensão, nem me achava capaz de tal façanha mesmo sabendo que este trabalho tem o apoio dos amigos de luz e hoje encontram respaldo na ciência. Este interesse foi sendo traçado, penso eu, no decorrer dos estudos, experiências e vontade íntima de buscar novos caminhos. Com isto, concentrei minha atenção para as pesquisas e práticas que me colocaram em contato com reflexões, autoanálise e busca interior. Por este motivo, tive a necessidade de uma reclusão mental por sentir que estou um pouco mais interiorizada, quieta e voltada para a prática da meditação tentando encontrar um equilíbrio onde eu possa aprender a controlar um pouco mais as emoções, sem, necessariamente, perder a autenticidade nem a coragem para exteriorizar esses sentimentos de maneira a não adoecer meu organismo físico nem mental com depósitos desfavoráveis como angústia, arrependimento e outras formas nocivas.
Trabalhar com cura pede um estado de espírito um pouco mais humanizado, sem, contudo, ter que carregar pesadas cargas com falsas atitudes de bondade.
Assim, numa noite, percebi algo que me deixou emocionada, pois foi uma mistura de sonho com realidade em que eu, como personagem, me encontrava materialmente falando num plano paralelo e absolutamente real. Os outros personagens do “sonho” agiam de maneira natural e ignoravam literalmente os meus alertas com relação ao que eu percebia de “diferente” na situação.
Tentarei explicar de maneira mais simples; o que aconteceu foi que, num certo momento após adormecer, vi o meu corpo numa cena que parecia sonho, mas que era estranho por eu me perceber material, tridimensional, diferente dos que me rodeavam. Eu chegava até a cozinha e visualizava a minha filha mais velha num canto perto da porta e o meu pai próximo a pia. Os dois conversavam a respeito de um imóvel e queriam que eu conhecesse. Aproximei-me da minha filha e comecei a relatar para ela como eu estava me vendo naquele momento. Eu percebia meu corpo como numa peça teatral onde olhamos para os personagens ali na realidade da cena, diferentemente do cinema que vemos os personagens na tela (hoje podemos assistir em 3D, e percebemos uma imagem tridimensional, mas não real). Para mim, mesmo que de maneira surpreendente, pude perceber que eu me encontrava num estado dimensional diferente deles.
No decorrer da situação, tentei falar com a minha filha o que estava vendo e sentindo, mas não obtive êxito no entendimento dela. Eu falava uma coisa, mas ela entendia na verdade o que se relacionava com o diálogo a respeito do assunto por eles discutido. Ou seja, a minha consciência, embora estivesse dentro do diálogo deles, me mostrava à realidade do acontecimento dentro do que eu via e sentia. O que quero dizer é que eu estava materializada naquela situação nas duas formas, inconsciente através do sonho e consciente através da materialização. Era a minha “pessoa” tridimensionalmente e materialmente acordada, percebendo o inconsciente da situação. Não sei se deu para entender, mas foi assim que percebi. 
Parece uma coisa louca, mas pude desta forma perceber o que realmente é “viver” uma experiência de desdobramento. Penso que vivi, experimentei, compreendi e assimilei o “agora” sob o controle e superintendência da razão que se processou em minha zona lúcida através do meu consciente concomitantemente com o meu estado de expectativa, anseios, aspirações e esperanças do supra consciente através do sonho. Ou seja, realidade e sonho, cujo personagem principal agia no real, enquanto os coadjuvantes na fantasia. Meu estado de consciência, percebendo o acontecido, agiu de maneira desesperada pela surpresa da percepção tentando informar o que descobrira sem êxito por causa da sintonia energética do fato. Parece louco e ao mesmo tempo complicado e por incrível que pareça o entendimento era claro para mim embora complexo. Então, quando percebi que a minha informação não sofria efeito junto à minha filha e ao meu pai, retomei em direção ao que via, ou seja, meu corpo adormecido, sendo imediatamente substituída pelo meu personagem fantasia do sonho.
Acordei com total lembrança de tudo, inclusive da continuação das cenas seguintes à conclusão do sonho, onde fui visitar tal imóvel e percorrendo os cômodos procurei o banheiro que não tinha observado existir no local e diante da minha insistência fui conduzida por uma senhora, que não tinha visto até o momento através de uma porta na parede que me levou a um jardim bem natural e primitivo que descia num caminho definido rodeado de terra, plantas e pedras. Do lado direito avistei um lago que possuía apenas um peixe de porte médio que nadava na superfície e cujas cores eram do dourado para o azul e logo na frente algumas galinhas e plantas medicinais de várias formas e a tal senhora ia à frente conduzindo o meu caminho e logo após acordei. Minha filha e meu pai sumiram antes mesmo da minha entrada no tal imóvel e não participaram mais. Nessas cenas não me via de forma materializada e humana cujas carnes eram palpáveis e pesadas como me vi no início do acontecimento e estava mais sutil e numa condição exterior a minha vista. Como num sonho mesmo.
Digo que o desdobramento (caso tenha sido) não durou muito, pois ao perceber que a minha tentativa de transferir a percepção me trouxe ansiedade, fazendo com que retomasse ao corpo e continuasse o que era proposto de forma fantasiosa através da percepção do sonho. Sei que, pode parecer um pouco confuso o relato e a forma que coloco exemplificando o acontecido, mas não consigo relatar de forma diferente, pois é o que percebi.
Não sei se o desdobramento se faz dessa forma, se foi uma pequena demonstração, um teste, sabe lá. Só sei que, para mim foi uma experiência extraordinária, fora do comum embora assustadora.
Talvez a concentração da meditação tenha me levado a um estado de êxtase, não sei, talvez eu possa ter confundido as informações que recebia. Só sei que para mim, tudo era real naquele pequeno momento em que me vi numa realidade que não entendia e que diferenciava dos que me rodeavam. Lembro que não estava meditando, pois já estava dormindo e ao acordar com a nítida lembrança do sonho era madrugada e mesmo tendo adormecido novamente, na manhã seguinte a lembrança era total.
Se alguém souber de uma explicação mais razoável, científica ou espiritual para o que ocorreu comigo, gostaria de conhecer.
Estudamos muito para saber das coisas, mas as experiências eu aprendi a respeitar como únicas de cada um, porque sofrem diferenças individuais de evolução, conhecimento, prática e aceitação e não podem ser taxadas em padrões, pois se nossa digital é diferente, nossa íris é inconfundível e nossa caminhada é individual, como podemos julgar como falsas ou verdadeiras as experiências vividas por cada um de nós?

Aprendi que, cada vez que alguém nos traz a sua experiência devemos somar à nossa e não podemos padronizar no sentido do que é correto, verdadeiro ou real e sim como exemplos de experiências e vivências cujo processo nos leva a consciências mais profundas do ser valendo para acrescentar e não para confirmar. Como já ouvimos muito em arquivo X “A verdade está lá fora”... E também dentro de nós.

Paz e muito amor para todos. Valéria Ribeiro.