segunda-feira, 4 de abril de 2011

Quando o envelhecimento do corpo prejudica o rejuvenescimento do espírito.




Bons momentos para todos!
Meus amigos, esse assunto é bastante delicado e dá “pano para manga” como dizem nossos “velhos” conhecidos.
Envelhecer não é tão fácil como parece e vamos vendo no espelho os músculos enfraquecendo, a pele amolecendo e perdendo a forma, a velocidade diminuindo, o rosto perdendo o frescor, as pálpebras caindo e os olhos afundando nas tristezas do que vemos.
Envelhecer o corpo material é perder o gosto de se olhar no espelho e a vontade de abrir um sorriso de satisfação, isso para a maioria das pessoas que ganharam longevidade com os recursos atuais e os avanços da medicina, porque antes se morria mais cedo e muitos não passavam por isso. Mas, com isso começou uma corrida frenética em busca dos “disfarces” que esses procedimentos favorecem esteticamente, provisoriamente e enganosamente “disfarçando” por um tempo a depressão total de se aceitar o “envelhecer”.
Sabemos que existem muitas pessoas que envelhecem dignamente e caridosamente consigo mesmas levando esse processo com sabedoria e aprendizagem, mas são raríssimas exceções. Não estou querendo exagerar, mas envelhecer hoje em dia é triste, depressivo e cruel. Isso na concepção de que todos os avanços e incentivos para a “terceira idade” não estão acompanhando o verdadeiro papel que é resgatar espiritualmente o envelhecimento que ali se encontra, elevando-o e preparando-o para evoluir, ou seja, envelhece o corpo que já vem com um espírito velho, buscam-se fórmulas para retardar esse envelhecimento ajudando na longevidade, mas não se renova o espírito numa ação paralela, pois as ações que mantem o corpo material “mais jovial”, não colaboram para a jovialidade do espírito.
O idoso fica idoso jovem, mas o espírito idoso continua idoso. Não foi lhe dado à chance de se renovar em conceitos morais e reforma íntima para transformar-se, pois os objetivos estão na matéria.
Ginástica, caminhada, plástica, rejuvenescimento químico dermatológico, vitaminas, implantes dentários, unhas postiças, cintas, roupas juvenis, hábitos que acompanham a juventude, reciclagem educativas como universidade para a terceira idade, artesanato, participação em instituições “dando um tempinho para a caridade”, programas de televisão valorizando o idoso etc.
Aplaudo tudo isso e acho que viver mais é uma oportunidade impar para nossa vida temporária aqui na Terra. Mas e o espírito? Ele também está sendo beneficiado com isso tudo ou continua “velho” equivocado em raízes profundas de hábitos trazidos das vidas vividas?
Vemos idosos:
Que caminham, mas continuam ranzinzas;
Que possuem “passes” nos transportes, mas que não são gentis;
Que se favoreceram com a medicina, mas continuam vaidosos e egoístas;
Que dançam, tomam chopinho, vão a bingos, saraus e encontros fraternos, mas que fofocam, criticam, perseguem, excluem;
Que se vestem bem e dirigem seus carros, mas ignoram as crianças dos sinais, os idosos nas calçadas, os “bêbados e drogados” da infelicidade;
Que viajam o mundo em excursões variadas que custam fortunas, mas que não ajudam uma creche, um asilo, um orfanato, uma mãe pedinte com um filho no colo;
Que participam fielmente em alguma instituição religiosa, mas tem preconceitos, ignoram os que chegam, não dão oportunidades e defendem com “unhas e dentes” seus “cargos” ali “conquistados”;
Que moram em casas confortáveis ou apartamentos enormes enquanto seus filhos ou netos amargam aluguéis;
Temos os idosos que foram privilegiados com a longevidade sem dispor de recursos nenhum para isso, apenas porque precisam desse tempo, mas muitos estão abandonados nos asilos da vida amargando suas “doenças” na solidão e temos os que aceitam sua “carcaça” sem reclamar e sem “exigir” nada de ninguém, mas também não “oferecem” nada a ninguém.
Ser idoso, transformar-se em um idoso participativo ou não, não quer dizer que ele está favorecendo o rejuvenescimento de sua alma e pensar no idoso das maneiras “politicamente corretas” é uma falsa maneira de se valorizá-lo, porque o cuidar do idoso implica na preocupação em orientá-lo para o verdadeiro motivo do envelhecimento que é o rejuvenescimento de seu espírito.
Deus é perfeito, nos criou simples e ignorantes, nos fez crescer e envelhecer na matéria e também envelhecemos nosso espírito com as reincidências dos nossos erros, e à medida que vamos avançando em sabedoria e conhecimentos, vamos renascendo nossas almas porque os erros milenares as envelheceram, mas as oportunidades concedidas a nós nos proporcionaram maneiras de resgatá-las trazendo-as para a inocência da infância. A nossa experiência Divinal só alcançaremos quando a nossa alma for criança inocente e sábia, não ignorante.

E devemos nos preocupar com isso, pois ao envelhecermos e cobrarmos de todos nossos direitos de “idosos”, devemos ter consciência de nossos papeis e da responsabilidade que é nossa em aceitar a roupagem material que nos cabe, trocando a roupagem espiritual na prática do amor pleno a todos e a nós mesmos. Dizemos sempre que a sabedoria só vem com a velhice, mas nem sempre, porque muitas vezes estamos velhos de alma velha, novos de alma nova, novos de alma velha, pois crescer espiritualmente não anda lado a lado com a velhice. Assim, se não buscarmos na estrada da nossa vida em que vamos envelhecer rejuvenescer nossa alma, viraremos aqueles velhos que precisam das leis, de cuidadores desconhecidos, pois as exigências feitas aos amigos e familiares são exagerados e cruéis fazendo-os afastarem-se ou continuarem ali ao lado tristes e infelizes. E,  quando “morrem” na carne, “nascem” velhos e se transformam em almas perdidas e obsessivas, pois inconformados com o tempo que perderam, passam a ser os obsessores da vida material.
Cuidemos de nossos velhinhos, mas cuidemos também para esclarecer a eles dando-lhes a chance de conhecer e aprender que o corpo serve para aprimorar o espírito e envelhecer é um coadjuvante do rejuvenescer da alma. Paz e amor a todos. Valéria Ribeiro.