Bons momentos para todos.
Depois de dias de calor, sol, ar seco e muito
suor vejo a chuva cair devagar a princípio e logo depois uma explosão de água
descendo do céu deliciosamente. A chuva é um fenômeno extraordinário! Estamos
acostumados a ver e não damos a devida importância a ela, a não ser, quando
provoca acontecimentos não muito agradáveis onde as atenções se voltam para o
chão e suas transformações que intitulamos “desastres naturais” esquecendo que
o desastre só existe pela transformação ambiental que nós humanos provocamos.
A chuva que cai tão humildemente e que é
vista pelos cientistas materialistas como um fenômeno físico natural, é vista
pelos românticos como acontecimento melancólico e pelos apressados diários como
um incômodo empecilho é banalizada pela ignorância filosófica, que é aflorada pelos
interesses mundanos, que escondem a poesia sensível das percepções inocentes. A
humanidade esqueceu de que a chuva naturalmente se apresenta, escondendo assim
o tanto divina que é.
A chuva é um fenômeno divino, generoso,
amoroso que cumpre seu papel numa perfeita colaboração natural com a humanidade
cuidando dos seres vivos humildemente. Trabalha silenciosamente evaporando,
condicionando e deixando derramar o líquido, devolvendo ao solo em doce remédio
recuperando, tratando e dando vida aos que presos a terra dependem da ação dos
que pensam.
A chuva faz o seu papel no processo infinito da natureza.
Coloco-me apoiada no parapeito da janela
hipnotizada com a paisagem, onde a chuva, num ritmo constante, desce suas águas
céu a baixo e percebo as folhas dançando satisfeitas na beberança daquelas
águas. É o cenário perfeito que mexe com todos os meus sentidos no odor da
terra molhada, na sensação fresca dos pingos em meus braços, na pintura doce
que meus olhos veem nas cores verdes lavadas que brilham e meus ouvidos
transmitem ao meu cérebro a doce música das gotas musicadas enquanto batem. É
maravilhoso!
Diante da cena lembro-me da arrogância
humana, onde ainda duvida da existência maravilhosa do Ser Supremo, que não se
esqueceu de nada e com seu amor cuida e protege suas criações sem esperar a colaboração
dos que inteligentes e pensantes se esquecem dos que dependem ainda de seus
cuidadosos auxílios.
A criação depende da matemática exata e dos
cuidados generosos do seu criador. E mesmo tendo criado a humanidade com
capacidade para colaborar em sua obra, não deixa nada sem proteção, e assim,
nos deparamos diariamente com os fenômenos naturais que em suas essências foram
criados para produzir vida e para burilar profundamente em nosso íntimo que
Deus existe.
“Chove chuva, chove sem parar...” Lava a
poeira dos nossos pensamentos desfazendo a escuridão de nossas almas.
Paz e muito amor para todos. Valéria Ribeiro.