sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Choveu lá fora e eu daqui de dentro vi.






Bons momentos para todos.

Depois de dias de calor, sol, ar seco e muito suor vejo a chuva cair devagar a princípio e logo depois uma explosão de água descendo do céu deliciosamente. A chuva é um fenômeno extraordinário! Estamos acostumados a ver e não damos a devida importância a ela, a não ser, quando provoca acontecimentos não muito agradáveis onde as atenções se voltam para o chão e suas transformações que intitulamos “desastres naturais” esquecendo que o desastre só existe pela transformação ambiental que nós humanos provocamos.

A chuva que cai tão humildemente e que é vista pelos cientistas materialistas como um fenômeno físico natural, é vista pelos românticos como acontecimento melancólico e pelos apressados diários como um incômodo empecilho é banalizada pela ignorância filosófica, que é aflorada pelos interesses mundanos, que escondem a poesia sensível das percepções inocentes. A humanidade esqueceu de que a chuva naturalmente se apresenta, escondendo assim o tanto divina que é.

A chuva é um fenômeno divino, generoso, amoroso que cumpre seu papel numa perfeita colaboração natural com a humanidade cuidando dos seres vivos humildemente. Trabalha silenciosamente evaporando, condicionando e deixando derramar o líquido, devolvendo ao solo em doce remédio recuperando, tratando e dando vida aos que presos a terra dependem da ação dos que pensam. 



A chuva faz o seu papel no processo infinito da natureza.
Coloco-me apoiada no parapeito da janela hipnotizada com a paisagem, onde a chuva, num ritmo constante, desce suas águas céu a baixo e percebo as folhas dançando satisfeitas na beberança daquelas águas. É o cenário perfeito que mexe com todos os meus sentidos no odor da terra molhada, na sensação fresca dos pingos em meus braços, na pintura doce que meus olhos veem nas cores verdes lavadas que brilham e meus ouvidos transmitem ao meu cérebro a doce música das gotas musicadas enquanto batem. É maravilhoso!

Diante da cena lembro-me da arrogância humana, onde ainda duvida da existência maravilhosa do Ser Supremo, que não se esqueceu de nada e com seu amor cuida e protege suas criações sem esperar a colaboração dos que inteligentes e pensantes se esquecem dos que dependem ainda de seus cuidadosos auxílios.

A criação depende da matemática exata e dos cuidados generosos do seu criador. E mesmo tendo criado a humanidade com capacidade para colaborar em sua obra, não deixa nada sem proteção, e assim, nos deparamos diariamente com os fenômenos naturais que em suas essências foram criados para produzir vida e para burilar profundamente em nosso íntimo que Deus existe.



“Chove chuva, chove sem parar...” Lava a poeira dos nossos pensamentos desfazendo a escuridão de nossas almas.

Paz e muito amor para todos. Valéria Ribeiro.