Gosto de exemplificar as minhas experiências para que através delas possamos repensar nossas atitudes, valores e comportamentos. Ontem me vi representada nesta figura com a diferença que minhas filhas já são adultas. Enquanto estava fazendo malabarismo me equilibrando nas mil coisas em que resolvi fazer por "achar" que elas me pertencem, ainda tive tempo de pensar naquilo tudo. Onde errei? Por que ao me movimentar de um lado para o outro nesse frenético "trabalho" eu ainda tinha que olhar vez por outra meus companheiros domésticos tirarem um "cochilinho" profundo? Eram quatro horas da tarde e eu ainda na sala sabendo que a cozinha me esperava. A faxina é necessária ao bem estar doméstico, mas e a faxina comportamental? Onde a colaboração? Onde errei quando não eduquei meus companheiros de lar na importância de se contribuir para o bem estar geral isso incluíndo é claro os trabalhos "pouco agradáveis"?
E no dia a dia? O que fiz para que minha filha arrumasse a sua cama, deixasse sua roupa suja na lavanderia, esvaziasse o cesto de lixo dos banheiros... vamos modificando a educação que tivemos ao transmitirmos aos nossos filhos o que achávamos exagerado nas cobranças que faziam a nós e mantemos a educação que nossos companheiros e ou pai (quando não temos companheiro e moramos com nosso pai que é o meu caso) tiveram alimentando um ciclo vicioso de exploração, pois no nosso tempo as meninas cresciam achando que eram responsáveis pela organização doméstica e os meninos não. Como não concordavamos com isso, acabamos tirando essa responsabilidade das nossas filhas mas continuamos alimentando a não responsabilidade dos meninos, então o que aconteceu foi que as novas gerações cresceram sem a consciência da contribuição doméstica nos meninos e nas meninas. Assim, nós fazemos tudo e eles dormem.
Deixo claro que não estou generalizando.
A educação começa em casa. A fraternidade começa em casa. A caridade começa em casa e nessa transmissão de valores onde uns não exploram os outros é que podemos sentir o que Jesus disse "Não queira para o próximo o que não quer para si mesmo". E isso só se consegue quando os pequenininhos começam a guardar os seus brinquedinhos. Nascemos humanos para contribuirmos com a Humanidade. Valéria Ribeiro.