quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Chama o sindico! Tim Maia!



Bons momentos para todos!


Amigos queridos estive um pouco ausente sem tempo para postar aqui no blog.
Tenho estado muito ocupada com muitas funções. Isso é bom e ao mesmo tempo ruim. Bom porque estando ocupada tenho chance de exercitar minha mente e meu corpo e ruim porque dependendo da ocupação há um desgaste enorme que muitas vezes nos faz sucumbir. Na balança coloco o que é melhor e também o que é pior, desde que se aproveite do ruim o melhor para o processo para aprendizagem. Caso contrário, dispenso antes. O difícil é fugir do estresse que passamos.
Agora estou síndica além de outras coisas e o envolvimento humano é enorme. Nossa! Como é difícil lidar com as pessoas.
Quando eu estava envolvida na educação, minha rotina era o mundo educacional e minhas relações, mesmo que de maneira geral e diversificada, envolviam a educação em si. Na crença que frequentava também, pois os problemas giravam em torno daquele contexto. Mas, ser síndica de um prédio, onde não lidamos somente com os problemas do prédio, pois apesar de a rotina envolver o prédio, nele encontramos diversas opiniões, diversas crenças, diversas verdades e diversas realidades. Literalmente é a armadilha da insatisfação e das vontades individualistas. Cada um puxando a sardinha para a sua refeição e o que mais vemos é a dificuldade em agradar “Gregos e Troianos” literalmente. 



Por que então me envolvi nisso? Boa pergunta e que exige uma reflexão da verdadeira resposta. Autoafirmação? Autoconfiança? Pretensão? Sei lá! Só sei que na hora achei que dava conta e coloquei na “autossugestão” que seria um laboratório para mim. E realmente é. Um laboratório cujo cientista não é louco, mas está quase ficando e olha que a experiência só tem quatro meses.
Nestes quatro meses, já consegui sair do sério, desagradar alguns, perder o sono, me pegar a espreitar fiscalizando empregado, perder o domingo, perder a fome, me sentir culpada, querer desistir e muitas outras coisas “cabeludas”. Mas, também consegui fazer coisas boas como; manter uma equipe, satisfação com os empregados, neste caso os que atendem ao prédio que sou responsável, já que moro num condomínio atípico que possui três prédios, onde cada um tem um síndico, uma administradora e tudo que envolve um prédio comum, mas que o condomínio em sua parte comum, digo a que envolve a área dos três prédios (estacionamento, play, guarita e etc.) fica numa confusão só. É complicado e estou tentando colocar essa visão que foi distorcida tempos atrás por uma questão de vaidade humana, disputa de poder e orgulho. Deveríamos ter apenas um síndico e quem sabe três subsíndicos, mas isso foi ignorado e então gerou esta confusão que vivemos hoje.
Morei neste condomínio tempos atrás e fiquei longe doze anos. Retornei e me meti nesta aventura. Estava morando em casa e me acostumei com a independência de decisões que a casa favorece. Já no apartamento, precisamos aprender a dividir as decisões coletivamente, pois desfrutamos de áreas comuns.
Gosto daqui, até porque, a maioria dos moradores, conheci na adolescência e muitos ainda estão aqui. Minhas duas filhas nasceram aqui.
Talvez esse assunto não agrade muito, mas é um verdadeiro depoimento de como vivemos, convivemos e não conseguimos uma harmonização para o bem estar e a paz de maneira geral de maneira fácil e natural. Então, pensamos na dificuldade em se comandar uma nação.
As pequenas comunidades nos mostram o quanto o ser humano ainda está pequeno em suas verdades e escolhas e o quanto compartilhar é difícil. Brinco sempre que é por isso que escolheram esse nome “edifício”. Não desisti ainda e espero ficar até o fim. Também espero conseguir algumas vitórias a mais.
Convivemos num mesmo espaço que é dividido apenas por pequenas portas e noto que mesmo estando do lado de cá da porta, muitos se comportam como estivessem do lado de lá em seus apartamentos. São arrogantes e cheios de si pensando egoisticamente nos direitos que pensam que têm, esquecendo-se que a coletividade exige humildade, respeito e colaboração. Assim, vemos claramente as crianças e os idosos sendo esmagados pelo corre corre da idade adulta que no seu dia a dia esquece das necessidades deles.
Hoje, vemos muitos condomínios sendo construídos com uma maior valorização do coletivo e nesta realidade estão as classes de média e baixa renda, cujas construtoras estão preocupadas com a necessidade do espaço coletivo.
Podemos perceber os espaços dos apartamentos sendo reduzidos, mas em compensação os espaços coletivos como áreas de lazer estão cada vez maiores e oferecem cada vez mais opções e elas são cada vez mais importantes para a relação humana, onde o contato aumenta e o olhar para o outro é facilitado.


O síndico como representante legal dessa coletividade pede compreensão e colaboração neste ambiente tão diversificado quanto complicado. Hoje, temos síndicos e síndicas comprometidos e também podemos encontrar firmas especializadas em terceirizar esse trabalho, mas em minha opinião, terceirizar o síndico pode fazer perder esse sabor familiar de relacionamento que o síndico morador pode desfrutar e também proporcionar ao condomínio, que no convívio diário, faz crescer os sentimentos recíprocos. Agora, quando a coisa apertar, podemos como já cantou e ainda canta Jorge Ben Jor, “CHAMAR O SÍNDICO! TIM MAIA!” Porque temos que considerar que muitas vezes precisamos daquele vozeirão para ser ouvidos e atendidos.  Paz e muito amor para todos. Valéria Ribeiro. 

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Quando o dito “normal” nos faz sentir “mal” e “anormal”.




Bons momentos para todos.
Queridos amigos, hoje me sinto estranha, mas acho que é porque está tudo “normal”.
Normal, normalidade, aceitável, não contestável. Não contestável?
Definamos normal, mas vamos por partes:
Normal adj2g. 1 que serve de norma. 2 comum
Norma sf 1 regra que se deve seguir. 2 Modelo, padrão.
Normalidade sf qualidade ou estado de normal.
Normalizar-se tornar-se normal
Então vamos perguntar e pensar a respeito:
Saímos para tomar um chopinho e conversar bobagens até altas horas e depois voltar para casa dirigindo ou não e curtir a ressaca? Nada de mais, é muito “normal”.
Que tal passar o carnaval naquele lugar super lotado, brincar, pular, encher a cara “curtir” os trios elétricos ou assistir àquele desfile no sambódromo ou melhor ainda, gastar uma fortuna na fantasia e desfilar feliz da vida? Super “normal”.
Vamos curtir aquela churrascaria com aquela variedade de carnes sangrentas desfilando e comer até não caber mais? “Hiper normal”.
Que me diz de curtir com a cara dos outros, mentir, xingar o motorista que nos fechou, jogar papel na rua, ouvir música alta no metrô, fofocar na esquina, bater boca na porta da escola, enganar o fisco, falar mal dos políticos, mentir na internet, assistir pornografia... Tudo isso é claro, dentro da “normalidade”. Estes são só alguns exemplos do que estamos acostumados a definir como normal e mesmo sendo absurdamente grotescas as “coisas comuns” que nos acostumamos a fazer, ouvir, sentir, presenciar, exemplificar e aceitar o que “foge a regra” da rotina é denominado de anormal. Vejam bem, são só alguns exemplos e podem parecer exagerados ou intencionalmente exemplificados com fatos que na verdade o geral “desaprova”. Desaprova mesmo?
Engraçado que a definição de anormalidade é vista como uma coisa fora do comum, mas no sentido ruim da palavra.
Vejamos:
Anormal adj 2g e s 2g 1 Quem, ou o que se afasta da regra, do considerado normal 2 diz-se da criança ou adulto que apresenta deficiência mental que dificulta sua adaptação ao ambiente em que vive.
Anormalidade sf qualidade do que é anormal 2 o que é anormal
Quando se acha coisas, comportamentos, atos, regras, rotinas e exemplos diferentes da “normalidade” rotineira a que estamos acostumados, taxamos de “anormal”.
É assim que me sinto. “Anormal”. Já que não consigo mais me encaixar nestas “normalidades” que a vida me apresenta e que passam a ser regra de comportamento.
Ser “normal” para mim me faz mal, não me encaixo não me enquadro.
Prefiro ficar em casa descansando ou lendo a ir num barzinho barulhento onde a bebida rola e o papo enrola.
Prefiro assistir a um bom filme, um bom seriado ou mesmo uma novela sensata do que estar em um shopping lotado perdendo tempo olhando vitrine.
Prefiro receber ou visitar para um lanche tranquilo com um papo saudável a encarar um rodízio gordo de alguma coisa gorda qualquer, onde não se consegue comer nunca o “suficiente”.
Prefiro interiorizar meus momentos em reflexões construtivas do que ficar pensando na vida do vizinho, do amigo, do sujeito que passa.
Prefiro ficar sem companheiro a dividir futilidades, egoísmos e vaidades.
Prefiro dizer não a dizer sim sem vontade.
Prefiro ficar um mês sem postar nada, sem colocar nada no face a fingir, inventar e querer aparecer de qualquer maneira.
Prefiro o subúrbio à angústia da ilusão materialista da zona sul e similares.
Prefiro ter pouca roupa e usá-las a lotar meu guarda-roupa com inutilidades.
Prefiro falar a verdade e algumas vezes ofender a mentir e contentar.
Prefiro ver meus filhos chorarem para aprender do que chorarem por se arrependerem.
Prefiro ter um carro mais simples e poder banca-lo a ficar sem dormir por causa dos custos do carrão.
Prefiro pensar, refletir e mudar a ficar rígida em conceitos que me paralisam.
Prefiro parar a andar sem rumo.
Prefiro me educar a tentar educar o mundo.
Prefiro chorar a ser alegre triste.
Prefiro o silêncio total a assistir um big Brothers.
Barzinho barulhento, shows infernais, boates estridentes, carnaval, datas comemorativas que atiçam o consumismo, engarrafamentos, conversas fúteis, ladainhas religiosas, discussão políticas, papo de novelas, falta de educação, falta de gentileza, falta de semancol, gordura demais, refrigerante, cerveja e outras coisas mais que nem dá para citar, para mim é anormal e quando vejo a minha volta opções rotineiras, costumeiras, frequentes e aplaudidas sobre todas essas coisas ditas “normais” vou me sentindo estranha e achando que quem sabe, eu é que sou ANORMAL?
Paz e muito amor para todos.  Valéria Ribeiro.