sábado, 19 de março de 2011

O Obsidiado

"As imperfeições morais do obsidiado constituem, frequentemente, um obstáculo à sua libertação."
(O Livro dos Médiuns, Allan Kardec. Item 252)

"Obsidiado - Obsesso: Importunado, atormentado, perseguido. Indivíduo que se crê atormentado, perseguido pelo demônio. FERREIRA, Aurélio Buarque de Olanda. In: Novo Dicionário da Lingua Portuguesa.Rio de Janeiro: Nova Fronteira. s/d. pág.988.

Obsidiados - Todos nós o fomos ou ainda somos.

          Desde que não conseguimos a nossa liberdade completa; desde que ainda não temos a nossa carta de alforria para a eternidade; desde que caminhamos sob o guante de pesadas aflições que nos falam de um passado culposo e que ressumam sombras ao nosso redor; desde que ainda não temos a plenitude da paz de consciência e do dever cumprido; desde que somos forçados, cerceados, limitados em nosso caminhar e constrangidos a suportar presenças que nos causam torturas, inquietações, lágrimas e preocupações sem conto, é porque, em realidade, ainda somos prisioneiros de nós mesmos, tendo como carcereiros aqueles a quem devemos. Estes, que hoje se comprazem em nos observar - a nossa nuvem de testemunhas -, manter e forçar a que permaneçamos no cárcere de sombras que nós mesmos construímos.

Prisão interior. Cela pessoal - Nos diz Joanna de ângelis -, onde grande maioria se mantém sem lutar por sua libertação, acomodada aos vícios, cristalizada nos erros. Cela da qual o Espiritismo vem nos tirar, com seus ensinamentos que consolam, mas sobretudo, que libertam.

Obsidiados! cada um deles traz consigo um infinito de problemas que não sabe precisar.

Queridos amigos, Todo este texto acima foi retirado da apostila da FEB em sua campanha de estudos sistematizados da doutrina espírita Programa V roteiro nº 38 (Aspectos científicos).
Estas apostilas não são mais editadas, agora eles oferecem coleções em livros. Não sei lhes dizer se as informações são as mesmas em aspecto de composição didática.
Resolvi transcrever essa página porque muito me tocou.
           Fala-se muito em obsessão, obsessor, obsidiado de uma maneira culposa e doentia. Esquece-se que tanto para quem obsedia quanto para o obsidiado os conflitos internos são consequências das suas prisões nos sentimentos de culpas que os fazem entrarem na roda odiosa da vingança e do sofrimento.
     Todos nós fomos vítimas de maus direcionamentos, explorações, subjugações e torturas diversas físicas e mentais, séculos afora nos tornando prisioneiros de nós mesmos que seguimos com nossos "fantasmas" que muita vez são nossas próprias sombras.
     Falar em curar um obsidiado sem falar em libertá-lo de seus cárceres é a mesma coisa que tirar o doce da criança para que ela não tenha cárie, pois a vontade será mais forte que a disciplina, e enquanto não educar o ser, informando e esclarecendo-o da responsabilidade que carrega quanto à lei de causa e efeito, onde a aceitação do erro e o desejo do acerto estão intrínsecos no livre arbítrio, teremos obsessores e obsidiados dando-se as mãos em conformidade com seus erros e sofrimentos transitando inconscientes vida a fora, pois todos são culpados ao mesmo tempo que são vítimas. Muita paz e muito amor. Valéria Ribeiro.

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