quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Quem vai pagar o cafezinho hoje?




Bons momentos para todos.
Amigos queridos estava aqui me lembrando das muitas facetas da vida e como ela age inteligentemente, completando de maneira bela, as lacunas no processo evolutivo.  Compliquei? Já explico. Já disse antes dos compromissos que assumimos perante os outros e as cobranças geradas por eles. Neste caso, falava dos nós que amarramos e que mais cedo ou mais tarde nos será cobrado pela vida, algum movimento da nossa parte, para desatá-los. Em nosso assunto agora, gostaria de falar nos nós bons, positivos, construtivos e humanos. Falo daqueles favores, ajudas, contribuições, mãozinhas, apoios e tantos outros modos de troca favoráveis que vivemos no dia a dia.
Vamos pensar no nosso dia e vamos buscar nele todas as boas coisas que fizemos e fizeram a nós, muitas pequenininhas e “imperceptíveis”. É incrível, como podemos constatar que são muitas. Na verdade somos “cegos” para elas e apenas percebemos grandes favores feitos em momentos extremos, que para nós, são importantes no momento evolutivo em que vivemos, como: Dinheiro emprestado, um emprego arranjado, um presente grandioso, uma homenagem e tantos outros. Neste caso, quando somos nós os que favorecem, ficamos a esperar um reconhecimento também grandioso, principalmente, sendo diretamente do indivíduo favorecido. É natural na atual conjuntura onde damos e esperamos receber mais tarde.
Mas, o que eu quero falar agora é da estratégia da vida que se encarrega de nos agradecer os feitos positivos, muitas vezes, não através do favorecido por nós, mas por outros. É a grande troca energética atuando na lei de retorno que é feita diariamente, instante a instante e não percebemos. Comecei a pensar a respeito, quando prestei mais atenção aos comentários que faziam à ingratidão das pessoas, que favorecidas por alguém, nem sequer agradeciam. Percebi que a natureza agradecia “por ele” enviando “anjos” a nos socorrer.
Mais ou menos assim: Favoreci generosamente alguém num momento difícil. Passou. Tempos depois fui favorecida generosamente por outrem. Simples.
Quando fazemos aqueles velhos comentários que dizem assim:
- Esse caiu do céu!
- Nossa! Estava num sufoco e de repente me surgiu fulano.
- De onde você saiu meu filho? Como soube que precisava de você?
- Precisei de ajuda e foi uma pessoa estranha quem me ajudou... E muitos mais.
Uma vez, ainda morava em Saquarema e precisei vir ao Rio, quando na linha vermelha meu carro quebrou. Senti que ele estava esquisito e perdendo as forças e eu estava com meu pai e minha filha menor que era bem criança naquela época. Imaginem... Uma mulher, um idoso e uma criança. O lugar não era dos melhores e pensei comigo no perigo que corria. Fui levando para o acostamento até que ele parou de vez. Não sei como surgiu atrás de mim um socorro da linha vermelha, assim do nada e imediatamente. Juro que não tinha percebido esse socorro atrás do meu carro quando estava me dirigindo para o acostamento. Saí do carro e o motorista parou logo atrás de mim e também saiu vindo em minha direção me pedindo cuidado e calma, que iria me ajudar. Rebocou meu carro até o lugar adequado, providenciou um profissional que fez o conserto (tudo da linha vermelha). Conversando com ele, ele me falou que estava voltando de um atendimento do outro lado e que notou que alguma coisa estava errada com o meu carro e resolveu me seguir até confirmar que estava tudo bem. Isso desde antes da linha vermelha (olha que interessante). Conversamos muito até o carro ficar pronto e ele me disse seu nome ( não recordo direito se era Gabriel ou Ismael, só sei que era de anjo) no que eu falei que só podia ter nome de anjo mesmo. Isso aconteceu há muitos anos atrás, pois minha filha hoje está com dezessete anos. Não fui explorada, não foi golpe, pois ninguém tinha mexido no meu carro, deu tudo certo e pude continuar meu caminho. Esse fato ocorrido comigo me despertou para a beleza da natureza recompensando a cada instante os “favores” da vida. Sempre fiz o que pude sem pensar em recompensas, pois no meu íntimo sabia que nada no mundo fica sem os olhos de Deus. Quando somos agraciados por gentilezas, ajudas, oportunidades, é a vida devolvendo para nós nossas gentilezas, ajudas e as oportunidades que damos aos nossos irmãos, mesmo as pequenininhas como pagar um café, dar um bom dia, perguntar se quer ajuda, dar uma carona, um abraço, um telefonema, essas coisas corriqueiras que não prestamos atenção. Se emprestarmos aquele dinheirinho suado ao amigo que ainda não conseguiu nos devolver, podemos esquecer a dívida, pois lá na frente receberemos os juros em forma de amor de outro amigo. Sempre teremos mãos a nos estender.
Então, quem vai pagar o cafezinho hoje?
Paz e muito amor para todos. Valéria Ribeiro.