Bons momentos para todos!
Queridos amigos passei esse feriado numa maratona incrível.
Fui fazer uma excursão lá pelas bandas de Minas mais precisamente pelos lugares considerados exemplos espíritas.
Fui uma e voltei a mesma, pois em meu íntimo nada se modificou apenas deu base para que eu não mais me violentasse com minhas dúvidas e meus sentimentos “atormentados” com relação às minhas indagações íntimas. Está ficando doido? Vou explicar:
A Doutrina dos espíritos percebo eu, sempre esteve em minhas entranhas. Procurava, espreitava, lia, frequentava, mas não me “intrometia”. Acho que meu íntimo me “avisava” cuidado! Acontece que na vida precisamos caminhar nosso caminho e mesmo nos desvios acabamos por pegar o “atalho” necessário.
Adentrei uma instituição e me “intrometi” fervorosamente nela. Decepções, contrariedades, maus entendimentos, desconfortos e por fim fui “retirada” deliberadamente dos meus trabalhos impiedosamente e sem dramas de consciência pelos “julgadores”. Fiquei à deriva e como meu íntimo me cobrava os feitos e os bons espíritos não nos abandonam quando assinalamos sua necessidade em nossas vidas continuei.
Precisei mudar de cidade e como somos teimosos minha busca continuou e minhas “decepções” também. Via algo errado, mas ainda não tinha tido a oportunidade de estagiar adequadamente e de ser supervisionada adequadamente na prática doutrinária do Evangelho de Jesus, por isso meu íntimo não se adaptava ao que meus sentidos captavam ao meu redor. A viajem que fiz foi a Misericórdia do Pai amado me presenteando com este estágio, confirmando minhas dúvidas e ao mesmo tempo me “despertando” para a compreensão com relação aos equívocos que não conseguia “suportar”. Quem procura... Sempre acha!
Como é bom ver que o berço (sem generalizar, pois não conheci todos os cento e tantos Centros Espíritas, mas conheci os exemplos) Brasileiro da Doutrina dos Espíritos embalado com o doce canto de nosso querido Chico Xavier inspirado por Emmanuel e tantos outros espíritos iluminados, que trouxe para nós as instruções de Jesus e sua verdadeira Doutrina em seu evangelho foram seguidos por muitos ao pé da letra.
É lindo observar a caridade concreta com seus asilos, creches, orfanatos, hospitais diversos e tantos outros meios comandados por mãos abnegadas e bondosamente sábias. E as instituições? Ora, as “Instituições Espíritas” eram meras salas simples, onde o culto também simples se baseava na obra Codificada por nosso Kardec em seu Evangelho Segundo o Espiritismo concretamente explanado e valorizado. Luxo algum, vaidade vigiada, valores apropriados e muito amor.
Pude receber aquele abraço gostoso do Tadeu em Araxá e perceber a grandiosidade de seu trabalho no hospital que se não conhecemos duvidamos. Ver com emoção o Hospital psiquiátrico da querida Modesto Cravo e seu companheiro de jornada Dr. Inácio Ferreira, confirmar a beleza de ver corações sofridos receberem mensagens consoladoras de seus entes queridos pelas mãos de Baccelle, Celso e tantos outros, constatar a simplicidade da casa e do centro do nosso querido Chico, assistir emocionada ao culto das 9 h. em Sacramento que até hoje é feito e iniciado por nosso amoroso Eurípedes Barsanulfo e andar pela sua escola Allan Kardec e seu trabalho consciente que muitos herdaram e hoje praticam que é a verdadeira mensagem de Cristo: A Educação do Espírito! “Vá pescador de almas e faça sua missão que é a de educar essas almas”...
Portanto meus amigos o que gritava meu íntimo era observar a valorização da Instituição enquanto “concreto armado” e suas “necessidades infinitas orçamentárias” em detrimento da Instituição Doutrinária do amor e suas necessidades infinitas humanitárias. Mas, hoje posso compreender que a vaidade, o orgulho, a ambição e o egocentrismo ainda caminham soltos nos corações equivocados e que não me cabe o julgamento.
Jesus veio, reuniu seus apóstolos, orientou e deu-lhes o devido estágio através de seus exemplos e seu apoio e mesmo assim, eles tiveram dificuldades de compreensão só despertando concretamente após o sacrifício do Mestre. Ele, através dos abnegados continuadores deixou para nós suas instruções, mas foi preciso de tempos em tempos enviar mensageiros bondosos para nos instruir e orientar nosso estágio. Quem teve oportunidade de estar com eles pôde concretizar suas aprendizagens e foi isso que assisti em Uberaba e outros lugares, a vivência que Chico postulou exemplificando até as últimas forças sendo continuado por seus seguidores.
Voltei, continuo sem uma Instituição a me dedicar, mas em meu íntimo acalmei minha ansiedade e minha má vontade para com as Instituições que conheci e que como um ímã ao contrário “repeli”. Todos têm a sua hora de despertar! Mas, de todo coração, espero que o despertamento chegue logo, pois sempre teremos que prestar conta das ovelhas que desgarradas e perdidas nos buscam e que por desinteresse nos permitimos desviar.
Aos dirigentes e a todos que de uma forma ou de outra são responsáveis por Instituições, rogo ao Pai clemência para que possam despertar para seu Evangelho o apresentando com a devida orientação e proporcionando o estágio necessário aos que os procuram com seus exemplos, amor e respeito, pois somos todos irmãos, filhos do mesmo Pai e irmãos queridos do generoso, bondoso e paciente Jesus. Assim, com certeza quando uma Instituição intitulada “espírita” for inaugurada, a caridade virá à frente dos interesses materiais que o “prédio” necessita, pois que para divulgar a palavra de Jesus, basta o Evangelho e o amor que ele transmite. Deus provém, portanto quando o trabalho é para o bem, o necessário aparece.
“Oh, meu Deus, será preciso que o Cristo volte novamente à Terra, para ensinar aos homens as tuas leis, que eles esquecem? Deverá Ele ainda expulsar os vendilhões do templo, que maculam tua casa, esse recinto de orações? E, quem sabe? Oh, homens, se Deus vos concedesse essa Graça, se não o renegaríeis de novo, como outrora? Se não o acusaríeis de blasfemo, por vir abater o orgulho dos fariseus modernos? Talvez, mesmo, se não o faríeis seguir de novo o caminho do Gólgota?” O Evangelho Segundo o Espiritismo. Capítulo VII – 11 Instruções dos Espíritos – O orgulho e a Humildade – Lacordaire. Constantina, 1863. 9º parágrafo.
Paz e muito amor para todos! Valéria Ribeiro.