quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Antes só do que mal acompanhada. Será?


Bons momentos para todos!
     
     Meus amigos estava pensando ultimamente sobre esse assunto. O ditado é sábio, mas ninguém sabe de verdade se é ou não verdadeiro.  O que ele realmente quer dizer? Em que sentido? Na companhia? Na amizade? No namoro? Na sociedade? Em todos os sentidos? Estava lembrando Jesus e seus apóstolos. Eles eram ou não eram boas companhias para Jesus?  O que é ser ou não ser boa companhia? Até onde nós aceitamos aquele defeitinho, ou aquele proceder duvidoso dos que nos acompanham? Se a convivência é importante qual é o critério para que estabeleçamos a boa ou má companhia? Quando eu era adolescente a maioria dos meus amigos aqueles da "turma” eram doidões, roqueiros, alguns não frequentavam a escola com assiduidade e confesso que já repeti o ano por falta, pois naquele ano eu morava em Goiânia e adorava ir com meus amigos para Pirenópolis, onde ficávamos no cemitério ouvindo rock. Vejam só! Era um cemitério pequenininho, super tranquilo e ficávamos lá de bobeira falando abobrinha e ouvindo rock numa vitrolinha a pilha. Nossas roupas não eram totalmente pretas, mas nossas calças jeans eram todas desenhadas à caneta com símbolos das bandas de rock e também dançávamos batendo a cabeça rsrsr.
     Não estou fazendo apologia a nenhum ritual satânico, ou organização psicodélica, nem às drogas, até porque naquela época os meus amigos não se drogavam. Anos depois já no Rio de Janeiro, tive uma turma que fumava maconha e tinha uma garota mais velha que usava “pico” Eu nunca usei droga nenhuma, não porque eu era boazinha, careta ou algo assim, mas porque eu tinha e ainda tenho um senso de autocontrole defensivo que me deixa com medo de perder “o chão”, ou seja, o controle das coisas. E esses meus amigos nunca insistiram para que eu usasse nenhuma droga. Eles respeitavam minha opinião e decisão. Em outra ocasião minha turma gostava de pagode, chop, frequentar a noite e os bares. Confesso! Andava com turmas, pessoas, companhias de todo tipo e alguns passaram, outros ficaram e andaram, progrediram, envelheceram, casaram, juntaram, são pais, alguns solteiros, outros empregados, outros ricos, outros pobres, outros em destaque. E eu, cresci, desenvolvi e sou o que sou hoje. O que me diz o ditado em questão?
     Algum tempo atrás abri um negócio com uma amiga, não deu certo. Brigamos, mas hoje estamos de bem. Mais tarde abri outro negócio com outra amiga o negócio também não deu certo, mas não brigamos e ainda somos amigas. Ambas não serviam para sócias nos negócios escolhidos por diversas razões até mesmo por minha culpa. O que dizer disso?
E no relacionamento? Meu primeiro namorado me deu uma filha não era boa companhia e também não foi bom pai, mas é um bom homem atualmente apesar de ter feito muita M. Não sofri qualquer influência com seus defeitos. Depois mudei e melhorei meu relacionamento, pelo menos no que diz respeito a “educação” e “finanças” oito anos que não sei se perdi ou ganhei, pois o dito rapaz tinha vários defeitos e qualidades também. Não me influenciou em nada no que sou hoje. Saí desse para outro, numa terceira tentativa que em nada acrescentou com relação à influência, mas me deu outra filha. Péssimo namorado, péssimo companheiro, péssimo pai. Por conta destes exemplos, preferi ficar só. O ditado faz sentido. Não paguei para ver se com outro seria melhor.
     Acho que vocês estão pensando que errei o ditado e que seria melhor dizer: “Digas com quem andas que direi quem és”. Não meus amigos não errei o ditado. O que eu quero dizer é que não é verdade que antes só do que mal acompanhado, pois as companhias são importantes, nos ajudam a crescer e a aprender e que formam e reforçam nossa personalidade no burilamento dessas companhias e de seus exemplos. Ficar só é uma coisa um pouco relativa, pois podemos nos sentir só acompanhados e estarmos sós nos sentindo acompanhados. O que faz a nossa companhia é a nossa capacidade de estreitar relações conosco mesmo e com o outro. Viver só é opção, estar só é solução doente para nossos medos, nossos traumas, nossas angústias.
     Todas as minhas companhias me serviram para viver e nunca me influenciaram em nada negativo. Nunca preferi estar só a “mal” acompanhada.
Estar mal acompanhado ou não, é uma questão de observação, opção e intenção. Ninguém pode ser tão mau e destrutivo que nos faz preferir estar isolado. Escolher nossas companhias é importante sim, não digo que não, mas essa companhia não permanecerá se você não quiser, Porque outro ditado nos diz que: “Quando um não quer o outro não briga”. Depende também. Existem muitos psicopatas por aí. Mas essa não é a questão.
     Estou só, no sentido da palavra, no quesito relacionamento íntimo, mas não é porque as experiências não foram boas. Elas foram boas. Preferi ficar só, no caso sem par, por gostar da minha liberdade, por ter uma personalidade forte, por ser independente. Mas, não me sinto só e não escolho companhias. Elas aparecem, ficam ou não e tudo bem. Com relação às amizades antigas ficaram algumas, pois a fila anda em todos os relacionamentos e só fica quem realmente precisa ficar. Esta de antes só do que mal acompanhado não é a melhor opção, principalmente porque todos nós estamos nos nossos momentos e a seleção é automática por similaridade, sintonia, atração que pode ser momentânea, necessária e importante para aquele momento. 
     A natureza faz a seleção natural e ela nos diz que nunca devemos escolher ser sós. A convivência é indispensável para nosso crescimento e a nossa evolução. Podemos estar sem companhia para o sexo, para ir ao cinema ou para dialogar sobre um livro, mas só sem companhia nunca podemos ficar, pois isolados do mundo somente os ermitões que preferem pensar egoisticamente.

Paz e muito amor para todos. Valéria Ribeiro.