Estava hoje conversando com um amigo e ele me falou que estava se achando muito “impaciente” com os “erros” dos outros e isso o preocupava porque se encontrava num momento de melhora íntima e isso incluía “paciência”. Então, tentei explicar-lhe o meu ponto de vista sobre o que ele me falou dizendo-lhe que isso não era verdade e que justamente porque ele estava evoluindo é que estava “impaciente” e “crítico”.
Vou explicar esse meu ponto de vista: Estamos numa constante busca de uma “reforma íntima”, procuramos em todos os lugares principalmente na religião as instruções para isso e assimilamos que “evoluir” é “ficar bonzinho” com todo mundo aceitando tudo e sendo gentis com tudo. Com certeza, mas na minha concepção esse processo só é concreto quando essa atitude é sem estresse, real e totalmente desprovida de julgamento. E isso amigos meus, só nos últimos patamares da evolução, quiçá no último, pois que a revolução interna é tão avassaladora que nossos olhos antes “indiferentes” passam a “ver” apenas os erros alheiros já que estamos intimamente e inconscientemente avaliando nossos próprios erros, pois um dia já avançamos um sinal, já enganamos alguém, já mentimos, já sujamos, já desrespeitamos, já falamos mal de alguém, esbravejamos etc. Sem falar é claro das experiências “passadas”. Espelhamos e explodimos! Isso não é ruim, o que é ruim é não processarmos isso não transformando nossas críticas numa avaliação benevolente conosco e com o próximo. Mas, evoluir moralmente não implica necessariamente em ser bonzinho no sentido de aceitar tudo sem senso crítico.
Gentileza só gera gentileza quando somos realmente gentis e benevolentes e não complacentes com o erro.
Perdoar é entender que o outro ainda não avançou, assim como também não avançamos e quando estamos um pouquinho a frente daquele irmão, só estaremos realmente prontos para aquela fase se soubermos olhar, ver, experimentar, aprender e ensinar perdoando sem julgamento, mas comprometidos com o orientar pacientementes.
Somos parte do processo na evolução, mas é totalmente humano nos sentirmos mal com o que o outro fez, e, mesmo que já tenhamos feito semelhante coisa, se temos consciência disso, não faremos mais com certeza.
Não devemos nos sentir mal por observar o outro e notar suas falhas, pois ele tem o livre arbítrio e pode escolher o bem também. Para mim, o pior é julgarmos o outro, sentirmos mal com seus atos e não nos incomodarmos ao observar que ainda falhamos. Jesus perdoava a todos, mas tinha consciência do erro daquele a quem perdoou, perdoava e aconselhava, mas não se sentia mal porque evoluído não errava. O verdadeiro Mestre é o que percebe a falha, mas não julga, perdoa e orienta e não aquele que percebe a falha julga, não perdoa e não orienta. Muita paz para vocês. Valéria Ribeiro.
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