Olá!
Estava conversando com minha filha hoje pela manhã a respeito dos questionamentos naturais que partem das curiosidades humanas que vamos “abafando” ou mesmo vamos ignorando quando nos tornamos adultos. Não estou falando dos questionamentos que surgem através das necessidades do que vivenciamos no momento e sim de questionamentos amplos, curiosos mesmos, que a criança nos trás a todo instante e que nem sempre temos paciência para respondê-las. Sim, esses questionamentos que à medida que vamos “crescendo” vão adormecendo em nós.
Quando somos crianças “inocentes” e ignorantes da diversidade da vida, falando da memória aflorada, pois que trazemos memórias sábias adormecidas (ou não) enfim, estou querendo dizer da curiosidade que trazemos em tudo ao nosso redor, e exemplificando a criança quero falar dos “por quês de tudo”. Ermance Dufaux em Laços de Afeto nos fala disso, que na evolução moral uma das coisas mais importantes é esse questionamento de tudo. Ou seja, Por que aquele homem vive nas ruas? Por que aquele pássaro voa rasteiro? Por que o cachorro é mais agitado do que o gato? Coisas que nos parece simples, mas que são importantes para tentarmos compreender o processo evolutivo e com isso aprendermos a respeitá-lo e a nos solidarizarmos com o que percebemos desajustado.
Preocuparmo-nos com os acontecimentos a nossa volta, não aqueles que só nos dizem respeito, mas os em amplitude, nos coloca como parte desse todo, preocupados com nossa parcela responsável em seu bom andamento. Claro que é uma parcela pequena, mas que se amplia à medida que se soma. Se eu questiono o mal que a minha sujeira faz para o ambiente e o vizinho também, já é uma ação em favor da despoluição ambiental. Se me preocupo por que aquele homem tem mais “garra” para o trabalho do que outros, estou analisando as possibilidades humanas e ajustando as minhas. Os por quês que as crianças trazem em suas necessidades em saber e conhecer são importantes e deveríamos continuar com esses questionamentos sem nos preocuparmos em ser taxados de “lentos”, “burros”, “chatos” e muitas vezes “birutas”.
Algumas vezes me disseram para fazer filosofia, pois questionava demais. Não fiz filosofia, mas sei que ela está dentro de cada um de nós quando nos preocupamos em entender a natureza humana e tudo que a envolve. Vamos perguntar mais, vamos nos preocupar mais com o que nos rodeia de maneira saudável no intuito de colaborar, crescer e evoluir nossas asas das virtudes e do amor e quando uma criança nos perguntar por que isso ou aquilo aproveitemos para também querermos saber sobre isso ou aquilo, assim respondendo pacientemente e inteligentemente os questionamentos delas e os nossos também. Muito amor para todos. Valéria Ribeiro.