domingo, 26 de dezembro de 2010

Individual e intransferível


Individual e intransferível, própria e insubstituível. Assim é a nossa evolução.
No calendário formulado pelo homem, o que mais importa são os dias, meses e anos que se passam mostrando as fases naturais. "Romper o ano" entre fogos e bebedeiras significa relaxar as pressões daquele ano que se finda. - Ano novo, vida nova! dizemos e planejamos. Em sua maioria, não se olha para trás em busca do crescimento interior e da evolução da alma. Busca-se o crescimento monetário e o reconhecimento das conquistas materiais, intelectuais e social. É justo, já que fazem parte da conquista para a verdadeira evolução interior em busca do "Nirvana". O que é difícil de entender é que são as conquistas equilibradas que depuram a alma tomadas de cicatrizes errantes de milênios. A matéria e suas armadilhas são necessárias a nós onde conquistá-las e desprendermos dela faz parte do caminhar. Ela, a matéria abundante, mexe com nosso intelectual e nossos sentimentos onde desejos se misturam entre querer, poder conquistar e desprender.
A todo momento somos postos a prova em nossos desejos que se misturam a nossos sentimentos onde os enfermizamos ou  os curamos no trato com nossos semelhantes.
Quase sempre não conseguimos equilibrar nossos sentimentos com os mais próximos dando e tirando desde a atenção até o socorro propriamente dito, pois entrelaçamos nosso apoio ao que sentimos instantaneamente sempre no que captamos automaticamente naquele momento e sem apurarmos mais profundamente aquele sentimento. Assim, desprezamos aquela solicitação e jogamos ralo abaixo nossa oportunidade de amar.
O S.O.S Universal nem sempre é entendido por todos que inconscientemente o nota em lingua estranha da que está acostumado. Evoluimos no emaranhado de armadilhas que simplesmente poderíamos "pular" e nos livrarmos delas com mais facilidade entendendo que esse "pular" é simplesmente amar Universalmente.
Desejo que 2011 possa ser para todos nós um "pular" maravilhoso em busca da Humanização Humanitária Planetária. E enfim conquistarmos o tão esperado "Nirvana". Valéria Ribeiro.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

CARIDADE ou caridade, o que praticamos?

Estive pensando no verdadeiro objetivo da caridade, neste ato de praticar a caridade que tanto falamos. Penso também nas pessoas, foco principal desse ato. Procuro entender o fundo que move o praticar caridoso e as diversas desculpas que se procura para justificar as escolhas ao praticá-la.
     As pessoas desprovidas, alvo de tal prática pelas pessoas mais providas, sempre estão sujeitas a raciocínios e idéias pré-formuladas do que elas realmente precisam e merecem. Quando se movimenta para a prática da “caridade”, essa avaliação quase sempre é cruel, justifica-se o que não se têm, com aquilo que nunca teriam, então, são escolhidas as “citycós e 1,99” da vida para o suprimento dessa “caridade”. As promoções, as marcas inferiores e as substituições alimentares são feitas com frequência, pois “o pobre deve se adaptar” e “para não se acostumar já que não têm sempre”, esses argumentos são comuns, podendo parecer cruel, mas é a realidade, com raríssimas exceções.
     Diz a Doutrina que “Fora da CARIDADE não há salvação...”    mas, interpretada como nos convém, damos nosso “jeitinho” para praticá-la.
     Cristo não escolheu suas obras caridosas pelo o que achava que precisavam, esperava a verdadeira necessidade aflorar no necessitado para dar tudo de si. Grande era o seu poder, mas igualando-se ao desprovido doava-se despretensiosamente.
E nós? Igualamo-nos aos que pensamos que ajudamos? A igualdade é praticada pelos que se dizem herdeiros de Cristo no ato caridoso?
     Passamos pelo Natal, mês de grandes caridades, como que se a necessidade do irmão aguardasse tal data para ser atendida. Roupas novas nas sacolinhas, brinquedinhos melhores, bolsas de alimentos mais providas, pois essa é a data... ”Jesus nasceu”... Devemos comemorar, dizemos.
     Tivemos o ano todo, mas nos atemos em datas para praticar a “caridade material”, essa que vemos e achamos de real necessidade. Mas, nos esquecemos da CARIDADE espiritual, essa que tivemos o ano todo para doar. Boas energias, atenção ao aflito, boa vontade ao receber o irmão, receptividade aos que nos procuram, esforço no colaborar, boas idéias para harmonizar, ouvidos para ouvir, boca para consolar, mãos para apoiar e braços para abraçar.
     O ano passou e chegou outro, tivemos a oportunidade e ainda temos. Hospitais, casas de caridades, orfanatos, asilos, as ruas, as favelas esperam por nós na verdadeira CARIDADE do Cristo. Então, pensemos... CARIDADE ou caridade, o que praticaremos?
     Quando escrevi este texto há uns dois anos atrás para um jornalzinho espírita da cidade em que morava coloquei minhas observações daquele momento. Intrigava-me essa dúvida a respeito da verdadeira caridade, pois me prendia às necessidades da instituição em que me dedicava.
      Hoje, após mudar para uma cidade maior, fiquei a me perguntar se estava em mim entendido o meu discurso de outrora. Onde se modificou em mim essa prática?
     Deparei-me com realidades que não presenciava por lá. Crianças e Jovens nas ruas drogados, números sem fim de mendigos, pedintes e maltrapilhos. Uma multidão de pessoas indo e vindo, uma quantidade enorme de hospitais, orfanatos, abrigos. Apesar de já ter vivido nessa mesma cidade antes de mudar para a menor, eram tempos de raciocínio pobre com relação às necessidades fraternas. Na época não me detinha nestas questões.
     Passados anos numa vida mais calma, mas que nem por isso me deixou de pregar as peças das necessidades íntimas em “buscar” auxílio na fé, fui dessa forma movida às questões do comprometimento Universal e a caridade em primeiro lugar me chamou a realidade. Lá, a caridade institucionalizada. Aqui, a caridade individualizada, pois somos chamados a todo instante a praticá-la. Então veio a crise e o apelo: - Meu Deus, como praticá-la nessa situação? O que buscar? Perguntava-me a todo instante. E a resposta veio rápida. – Sempre que fores necessitada. – ouvi em meu íntimo a solução.
     Agora me sinto aberta para em todo instante estender as mãos a eles os meus irmãos que me solicitam. No sinal ao atravessar um deficiente visual, um remédio que uma mãe implora ao seu filho, um docinho que compro de um jovem, um alimento a uma solicitação repentina, uma palavra de conforto numa fila do banco, um conselho no mercado, um ouvido disposto a receber aquele desabafo, uma explicação que me pedem uma orientação a uma dúvida e tantas outras formas que vão surgindo a cada momento. São atos que aos poucos vão fazendo parte de nossa rotina e que cada vez mais aprimoramos em nosso coração a necessidade em praticá-los. Também me fiz mais maleável respeitando a caridade de cada um em seu momento evolutivo. O que vale é a intenção, não é mesmo? O coração aberto para ofertar o que podemos oferecer. E na roda da evolução, o merecimento está em cada um que recebe aquela oferta. “– O que queres?” Perguntou Jesus ao solicitante.
- O que queremos ofertar? Perguntamos nós ao nosso coração.
Portanto, respondendo a questão CARIDADE ou caridade? Podemos praticar ao nosso modo e ao nosso tempo.
“E quanto fizerdes, por palavras ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus, dando por Ele graças a Deus, o Pai”. – Paulo (colossenses, 3:17).

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Quais são as suas expectativas?


Estava tentando buscar um motivo pelo qual sempre estamos nos frustrando com as coisas e com as pessoas nos tornando tristes e magoados.
      Pensava eu que poderia ser pela vaidade e pelo orgulho que não nos permitem aceitar as negações e as contrariedades. Mas, observei que muitas pessoas que não se demonstravam vaidosas e orgulhosas volta e meia se apresentavam frustradas e contrariadas por alguma coisa.
     Um dos conceitos que mais me atrai na Doutrina espírita é a orientação para a fé raciocinada. Penso, logo existo. Matutando e observando busquei em mim tal causa. Transportei-me à infância, à adolescência, à juventude e busquei na maturidade razões para tanta inquietação em relação aos caminhos por mim traçados. Nesta busca, na própria busca, encontrei a resposta. Tudo se baseava nas expectativas por mim alimentadas.
      A Doutrina nos informa que mesmo antes de nascermos já somos responsáveis pelos acontecimentos a que nos submeteremos isso porque podemos planejar escolher e buscar caminhos que nos ajudem na nossa jornada reencarnacionista em favor do objetivo final que é a felicidade plena no encontro com o Pai. Claro que estamos falando já em condições mais favoráveis, não em condições primitivas. Sabemos que existem exceções, como as reencarnações compulsórias, as impostas e até mesmo aquelas em que o espírito volta sem saber que tinha ido, mas sempre a busca pelo conserto, pela melhora. Mas em todas elas formam-se as expectativas do porvir.
     Criamos expectativas em tudo, em nós e nos outros. Alimentamos essa expectativa conservando-a em nosso subconsciente, assim cobrando os resultados constantemente como forma de alimentarmos nosso ego. Levamos essa sensação vida a fora, fora a vida também, pois na erraticidade também vivemos expectativas.
     Quando nascemos nossos pais já criaram expectativas a nosso respeito. Será menino ou menina? Será saudável? Inconscientemente eles já inculcaram em nós expectativas futuras. Aí é só citar; o que vai ser quando crescer? O que seremos quando crescermos? E transferimos para nossos colegas. - Nossa, fulano me traiu, contei um segredo a ele e ele passou adiante, expectativas criadas por nós com relação à fidelidade do outro. - Puxa, estou nesse emprego há anos e nem um aumento nem promoção, expectativas que alimentamos no nosso progresso e no reconhecimento de nosso chefe. - Nessa família ninguém me entende, expectativas que depositamos na compreensão de todos sobre nós e no merecimento de nos fazermos compreender.
     Conservamos expectativas em tudo, na amizade, nos companheiros de trabalho, no grupo de tarefa religiosa, na compreensão, na satisfação, na fidelidade, no reconhecimento. Nossa expectativa ultrapassa até mesmo a espiritualidade, esperamos sempre que nossa mediunidade seja usada pelos melhores espíritos e justificamos a demora como, manifestações anímicas de problemas que temos que resolver ainda. Se fizermos o bem, criamos expectativas na eficiência desse bem. O aluno cria expectativa no professor, esquecendo que ele também já criou expectativas sobre ele. Expectativas de pais para filhos, de filhos para pais, entre casais, vizinhos, nos animais que alimentamos, no comércio que freqüentamos, no carro que compramos, nos esportes que praticamos e que torcemos, nas músicas, nas roupas e no penteado da moda, na medicina moderna e no avanço da ciência, na ginástica que escolhemos, no curso, na especialização e nas compensações que eles podem trazer. No nosso jardim, no aparelho eletrônico e até na pasta de dente. Na fotografia, na conta do banco e no remédio novo. Naquele texto que escrevemos naquele texto que lemos. No sexo.
     Tudo bem que devemos sim nos preocupar com os resultados, mas não criar expectativas sobre eles. Jesus não criou expectativas com relação a seus discípulos, sabia de suas deficiências e também sabia da dificuldade e tempo que sua obra teria e precisava para ser entendida, exemplo temos, que até hoje ela ainda não é totalmente compreendida. Existem várias versões e vertentes para se compreender uma coisa simples que é o amor. Mesmo porque, até para o amor criam-se expectativas. -  Ele realmente me ama? Esse amor é puro? Eu amo sim, mas o amor é diferente para cada um, geralmente dizemos. Se ele realmente me amasse, não me trairia etc. Expectativas mil que nos faz sofrer quando os resultados não nos favorecem, pois amar a todos como a si mesmo, sem expectativas, o amor puro é raríssimo.
     Quando vou a palestras, vejo claramente a procura do palestrante em perceber as opiniões sobre o seu assunto, pois ele criara expectativas que deveriam finalizar em sucesso, se isso não acontece se frustra.
     Um dirigente de uma instituição religiosa cria expectativas para o sucesso de sua casa e os integrantes participativos ou não criam expectativas sobre os seus trabalhos e no reconhecimento dos resultados dos seus esforços. Preocupam-se se a casa está cheia ou não, se vão conseguir fazer aquela obra ou não, se estarão nesse departamento ou não, pois estão muito tempo na casa e deveriam ser reconhecidos por isso. Geralmente o dirigente se preocupa em impor suas idéias e autoridade, adotando a responsabilidade sobre os trabalhos alheios para que eles não frustrem suas expectativas de sucesso e eficiência no mandato. Os freqüentadores criam expectativas mirabolantes, esperando comunicações, manifestações, “milagres”, curas, etc.
     Então nos perguntamos; mas sem as expectativas não se acabam as esperanças e os esforços para que os resultados sejam positivos? Não surgiria assim uma humanidade sem perspectiva?
     Bom, mas que perspectiva se quer? O resultado que a expectativa espera? Ou o respeito pelo resultado obtido, já que nem todo resultado depende unicamente de nós mesmos? Vamos procurar enxergar o amadurecimento e o resultado que cada um fornece aos acontecimentos. Não criemos expectativas no outro, pois o outro também tem as suas expectativas.
     Até na fé colocamos nossas expectativas, pois em nossas orações, pedimos resultados que esperamos para os nossos problemas. Na oração maior, no Pão nosso de cada dia, Jesus nos ensinou que esse é o pão necessário, o pão do dia, não nos recomenda adiantarmos o pão de amanhã, um após o outro, obra após obra, e o resultado virá aos poucos, respeitando o limite de cada um, respeitando o limite próprio, sem criar expectativas. A esperança que Jesus nos deu, está no amor, não criou expectativas infundadas, pois o amor é respeito ao limite alheio. Nós é que criamos expectativas Nele esperando que Ele retire de nós todos os sofrimentos. Na figura da cruz, inculcaram em nós a culpa e criaram em nós expectativas de curarmos essa culpa, assim nos prendendo nesse círculo vicioso. Na verdade devemos “curar” nossas expectativas nos tornando leves, pois amenizaremos os sentimentos de culpas que temos e criamos nas expectativas doentias.
Quero pedir a todos perdão por ter alimentado expectativas em relação a cada um e por ter criado expectativas em cada um. Só precisamos perdoar e respeitar uns aos outros dando nossa parcela participativa na construção do bem juntamente com a parcela participativa de cada um, pois somos integrantes da criação, cooperadores da criação e individualidades com suas bagagens e necessidades. Valéria Ribeiro

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Nossas prisões

Quando fomos criados pelo Pai, simples e ignorantes, nos foi presenteado além da vida no seu sopro cósmico Universal a liberdade que veio no livre arbítrio que o Criador nos proporcionou para que pudéssemos usufruir dele todo o espaço planetário.
Ironia do destino ou não, aí começaram as nossas prisões.
Rastejantes tomamos a terra fugindo da prisão das águas que já não nos satisfaziam e nos sufocavam. Num esforço nos inclinamos verticalmente, pois a terra tomando todo o nosso corpo já nos restringia e nos aprisionava num olhar limitado. Levantamo-nos. Todo aquele espaço nos parecia pequeno e fomos desbravando-os em lutas pela sobrevivência nos aprisionando nas batalhas dos sentimentos até então desconhecidos. Conhecemos o frio, nos aprisionamos nas vestimentas.
Continuamos procurando abrigos cada vez mais apropriados, mais seguros, mais espaçosos, tínhamos que protegê-los, afinal nos protegiam e poderiam querer tomá-los de nós. Seguimos em favor da evolução buscando nos adaptar às situações que nos rodeavam e que foram provocadas por nós.
Necessitávamos do alimento, algas, plantas, frutas, carnes. Nossa prisão agora era a fome acrescentada ao sabor. Então veio o fogo e com ele o calor além do sol. O assado. Nossa prisão agora era a gula.
Andávamos e corríamos, mas a roda nos pegou e nos aprisionou no comodismo. A distância já não nos parecia tão distante e as águas já não serviam só para beber e nadar mas para sustentar botes, barcos e navios. Grandes prisões em dias, meses e anos em prol das fantásticas conquistas. Selamos nossa prisão nos assassinatos, latrocínios e escravidões que vieram com os ódios, as vinganças e os revides.
No sexo oposto avistamos as diferenças e vislumbramos as belezas. Comparamos e trocamos conforme os gostos e desejos, assim nos aprisionando na luxúria e no desamor nas traições e no ciúme.   
Descobrimos as artes, o belo, a variedade, os recursos e as disponibilidades artificiais. Trocamos o belo gratuito pelo belo arquitetado. Aprisionamos-nos na vaidade.
Decidimos que o que conquistamos com esforço ou não só a nós pertencia. Encarceramos-nos no egoísmo. Desvalorizamos a vida que nos foi dada gratuitamente nos afundando na supervalorização do que nos dão interessadamente. Aprisionamos-nos na matéria, no dinheiro, na ganância e nas disputas.
Um dia acordamos numa sensação de que algo nos pesa e queremos respostas. Entramos no cárcere da religião equivocada e da fé alucinada a espera das chaves que destrancarão nossas prisões. Essas chaves não abrem os cadeados.
Aprisionamos-nos ainda mais na desconfiança, nos débitos, nas ilusões. Buscamos um céu livre de nuvens, um portão dourado e um braço sem rosto para nos libertar.
Aprisionamos-nos então na decepção, no vazio e percebemos que tudo que temos representa o que nada temos, pois o que nos liberta está naquele sopro do início, naquele presente nos dado com a vida, a nossa liberdade em nossas escolhas que destrancará todos os cadeados de todas as prisões a que nos acometemos. Assim, redescobrimos o Pai, o espírito e a felicidade plena.       

domingo, 19 de dezembro de 2010

Deus,Jesus e nós




Olhamos para o céu e procuramos em nossa lembrança a imagem retratada pelos artistas em sua melhor expressão; Jesus.
     Vivemos sempre o dilema de nos aproximarmos Dele, pois a impossibilidade inculcada em nós nesses séculos de vindas e idas nos distanciou e nos dificultou em aceitá-lo como possibilidade de realização em nós.
     Através da Doutrina espírita soubemos que Jesus é o espírito mais evoluído que reencarnou no Planeta Terra e os espíritos também nos informaram que Ele é o eleito Governador do nosso Planeta. Mas, o que não nos foi esclarecido e explicado é que Ele para se tornar um espírito de tamanha envergadura precisou vivenciar existências de vidas na matéria, que foi criado simples e ignorante e que precisou evoluir passando por processos igualmente proporcionados a todos os seres criados pelo Pai. Simples assim.
     Ter consciência disso nos aproxima Dele, faz Dele possível a nós, desmistifica sua imagem impossível e inacessível. Vendo dessa forma nos faz possível uma evolução tanto quanto a Sua. De certo que serão passos longos, dolorosos e difíceis, mais para uns, menos para outros, mas possível.
      Jesus traçou a Sua estrada. A estrada Dele. Nós traçamos a nossa estrada, pois somos individualidades. Não devemos querer seguir na estrada de Jesus, o que devemos procurar é trazer até nós o exemplo de seus atos conquistados por Ele em sua estrada.
     Trazendo para a nossa estrada seus exemplos, poderemos traçar novos rumos evolutivos para nós. Jesus em sua caminhada evolutiva chegou a perfeição e traçou em seu rumo o mapa do amor. Ao invés de seguir a diante em seus passos, retornou, se comprometeu com seus irmãos e dividiu conosco sua aprendizagem. Assim como um irmão mais velho que pega na mão de seus irmãos menores e os conduz a seu exemplo para o futuro. Há aqueles que rebeldes se soltam e querem andar sozinhos, Há aqueles que o seguem ao exemplo e se formam em independência esplêndida.
     Tiremos de nossa mente a imagem de Jesus santificada e caricata dos quadros ao qual nos admiramos às lagrimas. Busquemos Jesus o homem, o irmão que cada um imagina a sua maneira seja louro, moreno, pardo ou negro. Apenas homem, o filho do Pai tanto quanto nós. Assim poderemos nos aproximar Dele verdadeiramente e assimilar os seus exemplos como possíveis de segui-los.
     Quando conseguirmos ver Jesus como nosso irmão, concreto em Sua vivência aqui conosco em uma época, poderemos buscá-lo verdadeiramente em cada um de nós facilitando achá-lo também no próximo.
Ele disse “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo”,
     Vemos Jesus como nosso irmão e assim vemos Deus como nosso Pai. Quando nosso irmão disse “O meu Pai me enviou” quis apenas dar ênfase à importância de sua missão, mas em momento algum Jesus disse que o Pai era somente Dele.
     Sendo o Pai de todos nós, então podemos definitivamente nos certificar que Ele não privilegia ninguém e certamente terá uma missão para cada um de nós.
     A possibilidade de nos igualarmos um dia ao nosso irmão Jesus, facilita para nós o respeito por nós mesmos e pelo próximo. Portanto, ao olharmos para os nossos próximos que verdadeiramente são os nossos irmãos, poderemos buscar neles um pouquinho de Jesus, assim todo respeito e amor que sentimos por Ele sentiremos também por eles.
     Nas imperfeições ainda contidas em nós e nos outros podemos buscar algo de bom. Se nosso vizinho é bondoso, busquemos Jesus na bondade dele, se nosso irmão consangüíneo é paciente, busquemos Jesus na paciência dele, se nosso colega de trabalho é equilibrado, busquemos Jesus no equilíbrio dele, se nossa esposa é atenciosa, busquemos Jesus na atenção dela, pois ninguém é ruim de todo e nos mais cruéis dos homens bate um coração. Então, busquemos em cada um o que possui de bom e busquemos o bom de Jesus em cada um, desta forma estaremos olhando nosso próximo, nosso irmão como possibilidade de um dia chegar junto a Ele que é o nosso irmão maior, pois devemos viver de possibilidades e não de fantasias. Se a nossa aproximação de Jesus nos for impossível, nunca conseguiremos possibilitar nem a nós nem a ninguém a ascensão.
     Jesus existiu junto a nós em matéria e agora vive em espírito, sempre a nos auxiliar. Nos aproximando Dele, na possibilidade Dele também um dia ter sido como nós, nos dará a segurança de verdadeiramente evoluirmos. Ele veio para exemplificar o ensinamento, não precisamos ruminar verbos nas mais diversas traduções e interpretações, pois na verdade Jesus nada escreveu. FEZ.
     Procuremos em cada um o exemplo que Jesus nos deu montando o mosaico da evolução em busca da felicidade prometida e na certeza que encontraremos, respeitemos esse pedacinho de Jesus em cada um amando-o como se a Ele fosse, pois se Jesus está em nosso vizinho, colega, familiar, amigo, professor, colaborador, comerciante, concorrente, inimigo, nos animais, na natureza e em nós mesmos, amar ficará bem mais fácil e então poderemos mudar o título deste texto para: Pai, filho e irmãos. 
 Valéria Ribeiro.  Esse texto foi escrito em outubro/2009.


sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Sentimentos que doem




Aprendemos a conviver com nossos sentimentos que oscilam ora para o positivo ora para o negativo, ora para o melancólico ora para o indiferente. Vamos levando tentando controlá-los e domá-los. Sabemos que eles fazem parte de nós e assim vão nos tomando sem percebermos. As experiências vão mexendo com nosso estado de espírito num emaranhado de sentimentos e repentinamente nos deparamos com um, que nos desperta para alguma coisa, tendo sido trazido por algum motivo. Hoje acordei assim. Uma melancolia, um pesar, uma tristeza, um vazio.
Uma energia a me invadir e um estado de impotência. Uma lágrima.
Acordei, fui olhar o céu, dar bom dia ao Criador e a criação mas me faltou algo.
A notícia da expectativa da morte daquele jovem cuja idade se iguala com o da minha filha mais nova, aquela dor daquela mãe a pedir ajuda, a lembrança de uma época onde os dois ele e minha filha de mãos dadas exploravam os jardins do edifício gravado em uma fotografia me fez correr uma lágrima. Lidar com a possibilidade da "perda" de nossos amores literalmente é muito difícil. É uma dor lacerante que nos invade o peito e nos corta fininho devagarinho nos murchando por dentro. Mesmo sendo conhecedores de que a vida é vida aqui e lá, não podemos controlar a saudade que nos invade.
Entendo aquela mãe, me coloco em seu lugar. Tento imaginar aquele menino e suas possibilidades de estar salvo aqui ou lá. Nos braços dos pais ou nos braços do Pai.
Meu coração em prece pede o melhor para ele e a resignação para eles. Mas com meu coração de mãe, peço perdão ao Pai amado e com humildade peço que ele, se possível seja salvo aqui.
Essa postagem dedico a eles pais dedicados que cumprem perfeitamente os desígnos do Pai educando e amando seu filho emprestado. Valéria Ribeiro.


quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Educação começa em casa

Gosto de exemplificar as minhas experiências para que através delas possamos repensar nossas atitudes, valores e comportamentos. Ontem me vi representada nesta figura com a diferença que minhas filhas já são adultas. Enquanto estava fazendo malabarismo me equilibrando nas mil coisas em que resolvi fazer por "achar" que elas me pertencem, ainda tive tempo de pensar naquilo tudo. Onde errei? Por que ao me movimentar de um lado para o outro nesse frenético "trabalho" eu ainda tinha que olhar vez por outra meus companheiros domésticos tirarem um "cochilinho" profundo? Eram quatro horas da tarde e eu ainda na sala sabendo que a cozinha me esperava. A faxina é necessária ao bem estar doméstico, mas e a faxina comportamental? Onde a colaboração? Onde errei quando não eduquei meus companheiros de lar na importância de se contribuir para o bem estar geral isso incluíndo é claro os trabalhos "pouco agradáveis"?
E no dia a dia? O que fiz para que minha filha arrumasse a sua cama, deixasse sua roupa suja na lavanderia, esvaziasse o cesto de lixo dos banheiros... vamos modificando a educação que tivemos ao transmitirmos aos nossos filhos o que achávamos exagerado nas cobranças que faziam a nós e mantemos a educação que nossos companheiros e ou pai (quando não temos companheiro e moramos com nosso pai que é o meu caso) tiveram alimentando um ciclo vicioso de exploração, pois no nosso tempo as meninas cresciam achando que eram responsáveis pela organização doméstica e os meninos não. Como não concordavamos com isso, acabamos tirando essa responsabilidade das nossas filhas mas continuamos alimentando a não responsabilidade dos meninos, então o que aconteceu foi que as novas gerações cresceram sem a consciência da contribuição doméstica nos meninos e nas meninas. Assim, nós fazemos tudo e eles dormem.
Deixo claro que não estou generalizando.
A educação começa em casa. A fraternidade começa em casa. A caridade começa em casa e nessa transmissão de valores onde uns não exploram os outros é que podemos sentir o que Jesus disse "Não queira para o próximo o que não quer para si mesmo". E isso só se consegue quando os pequenininhos começam a guardar os seus brinquedinhos. Nascemos humanos para contribuirmos com a Humanidade. Valéria Ribeiro.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

A essência de cada um









Bom dia amigos!
Ontem eu estava distraída quando minha filha mais nova que estava vendo um filme na tv me fez uma pergunta bastante interessante a respeito do filme. O filme era o incrível Hulk numa versão mais atual.
Estava na cena em que um "outro" Hulk  lutava com o principal. Este outro sendo desafiado a destruir o verdadeiro Hulk e tomado de ódio aceita se submeter à experiência para se tornar tão "incrível" quanto o principal mas torna-se malignamente monstruoso com reações destrutivas e comportamento cruel onde inocentes são vitimados na batalha que trava com o principal. Daí veio a pergunta: - Por que o Hulk principal é diferente do que o desafia? Todos nós sabemos a resposta. Por causa da sua essência.
A transformação do Hulk principal ocorrida através de uma experiência científica deu a ele a capacidade incrível de transformação em tamanho, em força em agilidade, mas sua essência era boa e não foi atingida porque o que transformou foi a matéria fazendo com que as suas reações "violentas" fossem apenas para sua defesa ao ser atacado e apesar da forma bruta ainda irradiava simpatia e sentimentos bons. Já o desafiador tinha uma essência agressiva, odiosa, vingativa, destrutiva e com desejo de poder, portanto sua transformação material foi tão horripilante, monstruosa e de aspecto biabólico.
Também possuímos nossa essência e as transformações materiais ocorridas em nós trás reflexos dela. Na verdade não nos submetemos a nehuma experiência científica para que essa transformação fique ampliada e evidente. No entanto, gradativamente vamos transformando nosso corpo material com os reflexos da nossa essência na "experiência" que é individual, sendo que o reflexo é coletivo.
Tratemos nossa alma para que nosso corpo não padeça, nossa força não extrapole e as consequências não atinjam o próximo. Podemos fazer um exercício diário, interiorizando nossa experiência, transformando nosso formato e exteriorizando melhoras. Podemos usar o espelho aprofundando nosso olhar para que identifiquemos em nós nossa essência no que apresentamos ao mundo. Trabalhar nossos sentimentos ajudará nessa transformação. Dessa forma toda a humanidade agradecerá. Valéria Ribeiro.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Parceria




Bom dia Amigos!
Tive uma experiência neste final de semana que me deixou muito pensativa.
Até que ponto contamos com nossos companheiros (incluindo neles os parentes, amigos etc) em nossas vidas? Nas vivências construimos nossos grupos, os da vizinhança, os da escola, os da instituição religiosa, os do lazer, os mais íntimos e os menos íntimos e tantos outros. Para cada grupo alguns pontos de interesses unindo esse grupo. Mas e nas realizações comprometidas nestes pontos? Onde a parceria? Aquela com interesses comuns onde o que rege é a fraternidade entre esse grupo? As realizações onde o egoísmo não deveria estar presente?
Os grupos distintos se reunem para determinados acontecimentos e ou realizações, mas o que geralmente rege é o interesse individual e egocêntrico (sem generalizar é claro). Vejamos no esporte, um  grupo está defendendo o seu time não estou falando dos grandes times onde as grandes torcidas se reúnem, estou falando do pequeno grupo que "disputa" com outro grupo. Será que neste pequeno grupo todos estão interessados na vitória do grupo ou no próprio gol e sua vitória pessoal? E o grupo que se junta para realizar uma caridade? facilitam prazerosamente aquele grupo para que a vitória naquela realização seja fraternal, construtiva e realmente amorosa? ou na própria caridade individual que busca "o perdão de suas faltas"?
Radical? pensamos. Mas num simples encontro de comemoração de fim de ano, encontramos aqueles que estando inserido naquele grupo por qualquer motivo, estão alí não para confraternizar, abençoar, bem dizer a parceria construtiva, em seus objetivos naquele ano que se finda, mas irradiando azedume e poluição ambiental com seus mal humores, boicotes e sintonia baixa. Esses são só alguns exemplos, pois os grupos são infidáveis e os interesses deles também.
Precisamos pensar nossas parcerias e analisar o bem que colocamos nelas, pois parceria é estar juntos, é construir juntos, é realizar juntos, é querer todo o bem juntos e para todos. Jesus buscou a parceria nos amigos apóstolos e foi o primeiro a demonstrar essa importância fraternal dando amor incondicional não só aos seus parceiros, mas à toda Humanidade. Vamos procurar trazer o amor para os nossos grupos nos apresentando e nos comportando realmente parceiros humanitários. Valéria Ribeiro.

sábado, 11 de dezembro de 2010

O que vestiremos hoje?


Amanheceu! Como terá sido nosso sono que reflete nosso dia e sua rotina?
Começará um novo dia e precisaremos lidar com ele. Repetimos nossas escolhas anteriores ou mudamos? Mas se mudamos será para melhor ou para pior?
Hora de nos vestirmos...roupas íntimas, uma blusa ou um vestido, uma camisa e uma calça ou um short. E a máscara? Qual colocaremos? A ranzinza ou a alegre? A gentil ou a mal humorada? Temos escolhas, mas nessa comparação lembremos que as máscaras escondem nossas verdadeiras identidades e quando vestimos a "sisuda", as vezes ela está escondendo um coração gentil e quando vestimos a "serena", podemos estar escondendo a "revoltada". Temos medo de nos mostrarmos como somos, pois temos medo da crítica ou do julgamento. Só a autoestima, o amadurecimento interno e a educação com seus valores podem "desmascarar" nossas verdadeiras intenções.
Então? Vamos trabalhar em prol de nós mesmos? Sempre sendo humanos na Humanidade.
Valéria Ribeiro. 

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Somos responsáveis


...E Deus criou o homem...
Na evolução da vida a criação foi se aperfeiçoando e surgindo o que se considera a maior obra de Deus... o ser humano. Mineral, vegetal, animal e finalmente o hominal com sua capacidade criativa e dominadora. Reinou e reina sobre todos os outros seres. Do instintivo ao racional, da defesa ao sentimento.
Deus presenteou à natureza essa criação e deu o tempo necessário para o "homem" gerar esse novo ser esperando que nascesse juntamente com essa gestação, a responsabilidade necessária à preservação desse novo ser e posteriormente a responsabilidade em criar esse novo ser, orientando-o e guiando-o para o despertamento de sua própria responsabilidade diante da natureza. O ser humano é co responsável pela criação, orientação e preservação de todas as espécies.
O que damos aos nossos filhos? Somos conscientes da responsabilidade de que Deus transportou de suas mãos para as nossas mãos seus filhos? Estamos conscientes da responsabilidade na evolução construtiva ou destrutiva da vida a nossa volta? Nossas plantas, nossos animais, nossa construção, nosso lixo?
 Aplicamos a defesa instintiva destrutiva com a justificativa da sobrevivência porque vivíamos na "ignorância" e agora?  evoluimos? então por que continuamos aplicando nossa defesa instintiva com a justificativa da sobrevivência se não vivemos mais na ignorância? Somos responsáveis sim e devemos pensar a respeito e Sermos Humanos com todas as letras. Valéria Ribeiro.

DAS  MÃOS DE DEUS... PARA AS NOSSAS MÃOS. O QUE FAREMOS?

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Apresentação


Na minha estréia nesse blogger oferto esse lírio à todos que comigo escolheram caminhar nas dissertações das estradas das idéias de minha mente. Fomos criados simples e ignorantes por nosso Pai Maior e simples como o nascimento dessa flor, também mostramos nossa beleza sempre que avançamos em humanidade. Também como ela nos despetalamos nas adversidades do caminhar. Mas temos a certeza que renasceremos das águas que mantemos puras em nosso coração. Vamos caminhar juntos nessa estrada para Sermos Humanos.
Valéria Ribeiro