Uma
experiência extraordinária.
Bons
momentos para todos!
Queridos
amigos, encorajei-me para relatar nesta postagem um acontecimento vivido por
mim por achar ser uma experiência bastante interessante e única. Não digo que
seja única no contexto de inédita, pois não é, já que ouvimos muitos relatos
sobre o assunto. Mas, para mim, é de forma individual e inédita, única e
surpreendente.
Quando
iniciamos os estudos espiritas e ou espiritualistas tomamos conhecimento sobre
experiências fora do corpo que é conhecida como desdobramento em suas diversas
apresentações. Não pretendo esmiuçar sobre o assunto, pois minha intenção aqui
é relatar a minha experiência e também porque não posso afirmar que a minha
experiência tenha sido um desdobramento propriamente dito.
Ultimamente
tenho me dedicado a estudos mais aprimorados sobre a cura, a energia da
matéria, as causas das doenças e os processos mais humanizados e naturais.
Nunca tive essa pretensão, nem me achava capaz de tal façanha mesmo sabendo que
este trabalho tem o apoio dos amigos de luz e hoje encontram respaldo na
ciência. Este interesse foi sendo traçado, penso eu, no decorrer dos estudos,
experiências e vontade íntima de buscar novos caminhos. Com isto, concentrei
minha atenção para as pesquisas e práticas que me colocaram em contato com
reflexões, autoanálise e busca interior. Por este motivo, tive a necessidade de
uma reclusão mental por sentir que estou um pouco mais interiorizada, quieta e
voltada para a prática da meditação tentando encontrar um equilíbrio onde eu
possa aprender a controlar um pouco mais as emoções, sem, necessariamente, perder a
autenticidade nem a coragem para exteriorizar esses sentimentos de maneira a
não adoecer meu organismo físico nem mental com depósitos desfavoráveis como
angústia, arrependimento e outras formas nocivas.
Trabalhar
com cura pede um estado de espírito um pouco mais humanizado, sem, contudo, ter
que carregar pesadas cargas com falsas atitudes de bondade.
Assim,
numa noite, percebi algo que me deixou emocionada, pois foi uma mistura de
sonho com realidade em que eu, como personagem, me encontrava materialmente
falando num plano paralelo e absolutamente real. Os outros personagens do
“sonho” agiam de maneira natural e ignoravam literalmente os meus alertas com
relação ao que eu percebia de “diferente” na situação.
Tentarei
explicar de maneira mais simples; o que aconteceu foi que, num certo momento
após adormecer, vi o meu corpo numa cena que parecia sonho, mas que era
estranho por eu me perceber material, tridimensional, diferente dos que me
rodeavam. Eu chegava até a cozinha e visualizava a minha filha mais velha num
canto perto da porta e o meu pai próximo a pia. Os dois conversavam a respeito
de um imóvel e queriam que eu conhecesse. Aproximei-me da minha filha e comecei
a relatar para ela como eu estava me vendo naquele momento. Eu percebia meu corpo
como numa peça teatral onde olhamos para os personagens ali na realidade da
cena, diferentemente do cinema que vemos os personagens na tela (hoje podemos assistir
em 3D, e percebemos uma imagem tridimensional, mas não real). Para mim, mesmo
que de maneira surpreendente, pude perceber que eu me encontrava num estado
dimensional diferente deles.
No
decorrer da situação, tentei falar com a minha filha o que estava vendo e
sentindo, mas não obtive êxito no entendimento dela. Eu falava uma coisa, mas
ela entendia na verdade o que se relacionava com o diálogo a respeito do
assunto por eles discutido. Ou seja, a minha consciência, embora estivesse
dentro do diálogo deles, me mostrava à realidade do acontecimento dentro do que
eu via e sentia. O que quero dizer é que eu estava materializada naquela
situação nas duas formas, inconsciente através do sonho e consciente através da
materialização. Era a minha “pessoa” tridimensionalmente e materialmente
acordada, percebendo o inconsciente da situação. Não sei se deu para entender,
mas foi assim que percebi.
Parece
uma coisa louca, mas pude desta forma perceber o que realmente é “viver” uma
experiência de desdobramento. Penso que vivi, experimentei, compreendi e
assimilei o “agora” sob o controle e superintendência da razão que se processou
em minha zona lúcida através do meu consciente concomitantemente com o meu
estado de expectativa, anseios, aspirações e esperanças do supra consciente
através do sonho. Ou seja, realidade e sonho, cujo personagem principal agia no
real, enquanto os coadjuvantes na fantasia. Meu estado de consciência,
percebendo o acontecido, agiu de maneira desesperada pela surpresa da percepção
tentando informar o que descobrira sem êxito por causa da sintonia energética
do fato. Parece louco e ao mesmo tempo complicado e por incrível que pareça o
entendimento era claro para mim embora complexo. Então, quando percebi que a
minha informação não sofria efeito junto à minha filha e ao meu pai, retomei em
direção ao que via, ou seja, meu corpo adormecido, sendo imediatamente substituída
pelo meu personagem fantasia do sonho.
Acordei
com total lembrança de tudo, inclusive da continuação das cenas seguintes à
conclusão do sonho, onde fui visitar tal imóvel e percorrendo os cômodos
procurei o banheiro que não tinha observado existir no local e diante da minha
insistência fui conduzida por uma senhora, que não tinha visto até o momento
através de uma porta na parede que me levou a um jardim bem natural e primitivo
que descia num caminho definido rodeado de terra, plantas e pedras. Do lado
direito avistei um lago que possuía apenas um peixe de porte médio que nadava
na superfície e cujas cores eram do dourado para o azul e logo na frente
algumas galinhas e plantas medicinais de várias formas e a tal senhora ia à
frente conduzindo o meu caminho e logo após acordei. Minha filha e meu pai
sumiram antes mesmo da minha entrada no tal imóvel e não participaram mais.
Nessas cenas não me via de forma materializada e humana cujas carnes eram
palpáveis e pesadas como me vi no início do acontecimento e estava mais sutil e
numa condição exterior a minha vista. Como num sonho mesmo.
Digo
que o desdobramento (caso tenha sido) não durou muito, pois ao perceber que a
minha tentativa de transferir a percepção me trouxe ansiedade, fazendo com que
retomasse ao corpo e continuasse o que era proposto de forma fantasiosa através
da percepção do sonho. Sei que, pode parecer um pouco confuso o relato e a
forma que coloco exemplificando o acontecido, mas não consigo relatar de forma
diferente, pois é o que percebi.
Não
sei se o desdobramento se faz dessa forma, se foi uma pequena demonstração, um
teste, sabe lá. Só sei que, para mim foi uma experiência extraordinária, fora
do comum embora assustadora.
Talvez
a concentração da meditação tenha me levado a um estado de êxtase, não sei,
talvez eu possa ter confundido as informações que recebia. Só sei que para mim,
tudo era real naquele pequeno momento em que me vi numa realidade que não
entendia e que diferenciava dos que me rodeavam. Lembro que não estava meditando,
pois já estava dormindo e ao acordar com a nítida lembrança do sonho era
madrugada e mesmo tendo adormecido novamente, na manhã seguinte a lembrança era
total.
Se
alguém souber de uma explicação mais razoável, científica ou espiritual para o
que ocorreu comigo, gostaria de conhecer.
Estudamos
muito para saber das coisas, mas as experiências eu aprendi a respeitar como
únicas de cada um, porque sofrem diferenças individuais de evolução,
conhecimento, prática e aceitação e não podem ser taxadas em padrões, pois se
nossa digital é diferente, nossa íris é inconfundível e nossa caminhada é
individual, como podemos julgar como falsas ou verdadeiras as experiências
vividas por cada um de nós?
Aprendi
que, cada vez que alguém nos traz a sua experiência devemos somar à nossa e não
podemos padronizar no sentido do que é correto, verdadeiro ou real e sim como
exemplos de experiências e vivências cujo processo nos leva a consciências mais
profundas do ser valendo para acrescentar e não para confirmar. Como já ouvimos
muito em arquivo X “A verdade está lá fora”... E também dentro de nós.
Paz
e muito amor para todos. Valéria Ribeiro.